FEUDALISMO
O Feudalismo foi um modo de organização social e política, baseada nas relações "servo-contratuais", ou seja, em regime de obrigações servis. Teve suas origens após a decadência do Império Romano, predominando na Europa durante a Idade Média.
Os Senhores Feudais (Suseranos) conseguiam as terras porque os reis lhes dava. Os Camponeses (Vassalos) recebiam pequenas extensões de terras (glebas) para que nelas pudessem trabalhar e estabelecer moradia, além de estarem protegidos contra ataques e invasões bárbaras dentro dessas possessões, pois o Senhor Feudal era responsável pela proteção destas terras e suas fronteiras.
A vida passa a se organizar em torno das vilas ou chamados "feudos", onde se produzia basicamente os produtos necessários para a subsistência da população local. Além disso, parte da produção agrícola deveria ser paga ao dono da terra como forma de tributação pelo uso, ou seja, o Vassalo tinha o uso da terra e não a posse da mesma. Os Feudos caracterizavam-se principalmente na autossuficiência econômica e na produção predominantemente pastoril, além da inexistência de comércio. As produções artísticas ficavam quase sempre concentradas nos castelos dos senhores feudais. Estes também ofereciam, além das terras, proteção militar aos seus Vassalos.
Neste modelo, as terras pertenciam ao Suserano que concedia uma porção destas terras para que os seus servos trabalhassem sob o pagamento das obrigações, estes chamavam-se Vassalos. Desta forma, o Vassalo ficava preso à obrigações servis ao seu Senhor Feudal. Além disso, os Vassalos deveriam prestar o pagamento da "Corvéia" ao seu Suserano: trabalho gratuito para o Senhor Feudal pelo menos três dias por semana.
SOCIEDADE FEUDAL
A Sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. Organizada no modelo chamado Estamental, ou seja, dividida por classes onde dificilmente o membro de uma determinada classe poderia ascender e mudar de classe social.
O Clero possuía grande importância e dividia-se em Alto Clero e Baixo Clero. Os membros do Alto Clero eram os nobres como bispos, arcebispos, abades, e que viviam do recebimento de dízimos, rendas de imóveis urbanos e rurais. O Baixo Clero era composto por padres, frades, e demais sacerdotes de origem humilde.
Neste período a Igreja assume uma grande centralização do poder, visto que esta afirmava a santidade do Papa, ao qual afirmava a legitimidade do poder dos reis, e estes em troca de fortalecimento militar cediam terras aos nobres que se tornavam os Senhores Feudais. A Igreja também era a responsável por toda a formação moral, social e ideológica das vilas e feudos fortemente influenciando a população através do Clero.
IMPOSTOS E TRIBUTOS
Os impostos e tributos que deveriam ser pagos pela população eram chamados de "obrigações". As principais obrigações dos servos consistiam em:
Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias da semana;
Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um terço da produção;
Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas;
Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local;
Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;
Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre;
Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do nobre iria casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano. No sul da França, especificamente, o Senhor poderia ou não determinar que a noite de núpcias de uma serva seria para o usufruto dele próprio e não do marido oficial. Tal fato era incomum no restante da Europa, pois a igreja o combatia com veemência;
Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai ou da família;
Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.