quinta-feira, 2 de maio de 2013

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA

AS RELAÇÕES DA INFÂNCIA COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


     Traçamos um parâmetro de discussão sobre o trabalho infantil, uma questão abordada nos estudos sobre a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, e ainda presente no Brasil e no mundo.
        É preciso pensar sobre o passado, o presente e o futuro.    Desta maneira, é possível notar que o trabalho infantil não surgiu na Revolução Industrial, porém foi utilizado de maneira excessiva neste período, onde crianças e mulheres foram submetidos a trabalhos forçados e superexplorados numa época de transformações das relações sociais de produção.
       Produzir, produzir, produzir.... Esta era a palavra de ordem.
       
       A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura.
       De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua evolução.

       Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam ultrapassar a primeira infância. O índice de natalidade também era alto, o que ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode ser constatado no comentário de Áries “ ...as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual...” (1978 : 22 ).
       Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que pudesse realizar algumas tarefas, esta era inserida no mundo adulto, sem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo exposta a todo tipo de experiência.



       No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos. Esse fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas  representações de criança do início do século XVII.
       As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que ganhou mais importância no seio na família.       Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade.



NO BRASIL

      As crianças escravas e as crianças pobres trabalhavam desde muito cedo, às vezes desde os cinco anos apenas, quando se tornavam capazes de desempenhar pequenas tarefas nas plantações, na criação de animais, ou mesmo engraxando sapatos ou levando recados nos centros urbanos.    Elas não podiam frequentar a escola e usufruíam de pouco tempo para brincadeiras.
     
     Atualmente, o trabalho no Brasil é proibido para menores de 14 anos, e desta idade até os 15 anos, só é permitido na condição de aprendiz.       Entre os 16 e os 17 anos o trabalho é liberado, desde que não comprometa a atividade escolar e que não ocorra em condições insalubres e com jornada noturna.



      Em 1990 foi promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que entre outras medidas estabelece:

"Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de 14 (quatorze) anos de idade, salvo na condição de aprendiz. 
Art. 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. 
Art. 62 - Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. 
Art. 63 - A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: 
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; 
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; 
III - horário especial para o exercício das atividades."

    Será que na prática, esta condiz com a realidade de um modo geral das crianças no Brasil?     Apesar dos direitos amparados por lei, todas as crianças frequentam as escolas?     Será que as atividades trabalhistas podem afetar o convívio e entendimento educacional dos jovens?




REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: CONCEITO


      A chamada primeira Revolução Industrial ou com mais propriamente é chamada - Revolução Industrial inglesa -, foi um acontecimento de proporção intimamente ligado à Inglaterra, que se realizando melhor que os outros países partem para a área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais, pode criar condições que permitam a introdução continua de inovações técnicas e da forma fabril de produção.

      Esse processo de desenvolvimento industrial conseguiu levar o homem a tornar-se independente das forças da natureza, para realizar as suas tarefas produtivas. Entre 1769 e 1782, com a introdução da máquina a vapor por James Watt que introduzida às ferrovias são uma "invenção" que permitiu um notável aumento na produção mineira, principalmente de carvão e ferro. Já em termos de produção, a Revolução Industrial Inglesa caracterizou-se com um tripé: a indústria têxtil, a siderúrgica e a mineração de carvão.





O CAPITALISMO



       A mais profunda transformação espacial ocorreu com a introdução da indústria moderna na Inglaterra, que marcou o início do Capitalismo industrial. Tudo isso modificou as relações sociais e territoriais, difundiu cultura e técnica, aprofundou a competição entre os povos, concentrou a população no espaço urbano e provocou o crescimento cada vez maior das cidades. Com a invenção da máquina a vapor, em 1769, a produção industrial teve grande impulso. Nas fábricas, os trabalhadores eram obrigados a trabalhar no ritmo definido pelas máquinas. Outra parte da mão-de-obra disponível foi requisitada para o trabalho nas mina de carvão. Ao mesmo tempo, estabeleceu a divisão internacional do trabalho entre os países industriais e as regiões fornecedoras de produtos agrícolas e minerais.





RELAÇÕES DE TRABALHO NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


      Com a Revolução Industrial, a qualidade das relações de trabalho no ambiente manufatureiro se transformou sensivelmente. Antes, os artesãos se agrupavam no ambiente da corporação de ofício para produzir os produtos manufaturados. Todos os artesãos dominavam integralmente as etapas do processo de produção de um determinado produto. Dessa forma, o trabalhador era ciente do valor, do tempo gasto e da habilidade requerida na fabricação de certo produto. Ou seja, ele sabia qual o valor do bem por ele produzido.
      As inovações tecnológicas oferecidas, principalmente a partir do século XVIII, proporcionaram maior velocidade ao processo de transformações da matéria-prima. Novas máquinas automatizadas, geralmente movidas pela tecnologia do motor a vapor, foram responsáveis por esse tipo de melhoria.             
      No entanto, além de acelerar processos e reduzir custos, as máquinas também transformaram as relações de trabalho no meio fabril. Os trabalhadores passaram por um processo de especialização de sua mão de obra, assim só tinham responsabilidade e domínio sob uma única parte do processo industrial.
      Dessa maneira, o trabalhador não tinha mais ciência do valor da riqueza por ele produzida. Ele passou a receber um salário pelo qual era pago para exercer uma determinada função que nem sempre correspondia ao valor daquilo que ele era capaz de produzir. Esse tipo de mudança também só foi possível porque a própria formação de uma classe burguesa – munida de um grande acúmulo de capitais – começou a controlar os meios de produção da economia.

      A Revolução Industrial foi responsável por inúmeras mudanças que podem ser avaliadas tanto por suas características negativas, quanto positivas. Alguns dos avanços tecnológicos trazidos por essa experiência trouxeram maior conforto à nossa vida. Por outro lado, a questão ambiental (principalmente no que se refere ao aquecimento global) traz à tona a necessidade de repensarmos o nosso modo de vida e a nossa relação com a natureza.




O QUE É PROLETARIADO?


      É o trabalhador urbano ou rural que não é detentor dos meios de produção e tem como única mercadoria de venda sua força de trabalho. 
      O proletário se diferencia do simples trabalhador, pois este último pode vender os produtos de seu trabalho (ou vender o seu próprio trabalho enquanto serviço), enquanto o proletário só vende sua capacidade de trabalhar (suas aptidões e habilidades humanas), e, com isso, os produtos de seu trabalho e o seu próprio trabalho não lhe pertencem, mas àqueles que compram sua força de trabalho e lhe pagam um salário.

Cena do Filme: GERMINAL



FILME: TEMPOS MODERNOS





Sinopse: Um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospício, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada.
Enquanto isso, uma jovem, órfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, tem que realizar pequenos furtos para sobreviver(roubar um pão para comer) . Após a morte do pai em uma manifestação, dois agentes do governo vão buscá-las para a adoção, mas a jovem foge.
Charles vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é tomado como o líder comunista por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser preso. Na cadeia, sem querer, frusta uma tentativa de fuga de presos e quando é libertado depois de uma agradável estadia na prisão, decide fazer de tudo para voltar para lá e ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e estraga tudo. Mesmo assim, ele faz de tudo para ir preso, no entanto os dois acabam escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.
Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo. No meio da confusão, vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
A jovem consegue trabalho como dançarina num salão de música e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras emocionantes e divertidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário