quinta-feira, 16 de maio de 2013

Egito Antigo

EGITO ANTIGO

   Quando vamos falar do Egito de Faraós, pirâmides, esfinges, múmias, devemos utilizar a expressão "Egito Antigo" e não somente Egito.   O Egito atual, como país, não tem os mesmos costumes, língua, religião, entre outros, que o povo da civilização do passado utilizava.   Sendo assim é preciso diferenciar quando falamos de Egito (que é o país atual) e Egito Antigo (que é a civilização do passado).



LOCALIZAÇÃO

   O Egito fica no nordeste da África, fazendo divisa com o continente Asiático do lado leste e ao norte fazendo divisa com a Europa.




O RIO NILO

    A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, localizado no continente africano. Essa Região faz parte do "CRESCENTE FÉRTIL", uma grande extensão de terra no Oriente Próximo que se estende, em forma de lua, do vale do Rio Nilo, passando pelo Rio Jordão e pelas terras da Mesopotâmia. O historiador grego Heródoto escreveu: "O Egito é uma dádiva do Nilo", o que significa que toda a vida das comunidades ali fixadas dependiam do rio, e que o rio era uma divindade que proporcionava a vida.
   O rio fornecia a vida, ou seja, desde a água para beber até a irrigação das plantações que serviriam como alimentos para a população e todas as necessidades que são supridas pela água.
   O Rio Nilo era também sagrado, divino, era tratado como um deus pelo povo egípcio.


ESCRITA EGÍPCIA: OS HIERÓGLIFOS

   No Egito Antigo a escrita mais usada era conhecida como escrita hieroglífica, pois era baseada em Hieróglifos. Estes eram desenhos e símbolos que representavam idéias, conceitos e objetos. Os hieróglifos eram juntados, formando textos. Esta escrita era dominada, principalmente, pelos escribas.
   Os egípcios escreviam, usando os hieróglifos, no papiro (espécie de papel feito de uma planta de mesmo nome) e também nas paredes de pirâmides, palácios e templos.






ALTO E BAIXO EGITO

   Antes da unificação do Egito, existiam duas regiões; o Baixo e o Alto Egito.
   O Alto Egito era representado pela coroa branca e seu principal símbolo era o Lótus e a deusa abutre, Nekhbet.
  O Baixo Egito era representado pela coroa vermelha e seu principal símbolo era o Papiro e a deusa cobra, Wadjet
   O Baixo Egito, ao norte, onde se forma o Delta do Nilo era considerado uma região de clima mais favorável, com temperaturas mais suaves e com mais chuvas. Já no Alto Egito, ao sul, o clima era mais seco e com poucas chuvas, sendo que as inundações do Nilo faziam com que a terra fosse extremamente fértil.
   A antiga tradição atribui a Menés a honra de ter unido o Alto e Baixo Egito em um único reino e tornando-se o primeiro faraó da I dinastia.
  A história egípcia tem início com a unificação dos dois territórios (Baixo e Alto Egito). A partir desse momento, em meados de 3.200 a.C iniciou a era das trinta e uma dinastias até as sucessivas invasões que culminaram na queda do império. Segundo MILLARD (1975, p. 11) “Os primeiros habitantes do Egito necessitavam de grande coragem para penetrar no Vale do Nilo, com seus pântanos e animais perigosos. Os seus descendentes foram descobrindo novos modos de vida. Para conseguir viver, tiveram que aprender a irrigar as terras, armazenando as águas do Nilo num sistema de canais. Para isso, tinham de trabalhar juntos e necessitavam de chefes forte e inteligentes[...]Aos poucos suas pequenas colônias (nomos) uniram-se através de alianças ou conquistas.”



RELIGIÃO


Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. Havia também deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça de chacal num corpo de ser humano.
Os egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas.
No Egito Antigo existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada cidade possuía um deus protetor.
Outra característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração.



SOCIEDADE

FARAÓ = Era o governante do Egito. Possuía poderes totais sobre a sociedade egípcia, além de ser reconhecido como um deus. O poder dos faraós era transmitido hereditariamente, portanto não havia nenhum processo de escolha ou votação para colocá-lo no poder. O faraó e sua família eram muito ricos, pois ficavam com boa parte dos impostos recolhidos entre o povo. A família real vivia de forma luxuosa em grandes palácios. Ainda em vida, ordenava a construção da pirâmide que iria abrigar seu corpo mumificado e seus tesouros após a morte.
SACERDOTES = Na escala de poder estavam abaixo somente do faraó. Eram responsáveis pelos rituais, festas e atividades religiosas no Antigo Egito. Conheciam muito bem as características e funções dos deuses egípcios. Comandavam os templos e os rituais após a morte do faraó. Alguns sacerdotes foram mumificados e seus corpos colocados em pirâmides, após a morte.
CHEFES MILITARES = Os chefes militares eram os responsáveis pela segurança do território egípcio. Em momentos de guerra ganhavam destaque na sociedade. Tinham que preparar e organizar o exército de forma eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a própria vida.
ESCRIBAS = Eram os responsáveis pela escrita egípcia (hieroglífica e demótica). Registravam os acontecimentos e, principalmente, a vida do faraó. Escreviam no papiro (papel feito de fibras da planta papiro), nas paredes das pirâmides ou em placas de barro ou pedra. Os escribas também controlavam e  registravam os impostos cobrados pelo faraó.
POVO EGÍPCIO = Mais da metade da sociedade egípcia era formada por comerciantes, artesãos, lavradores e pastores. Trabalhavam muito para ganhar o suficiente para a manutenção da vida. Podiam ser convocados pelo faraó para trabalharem, sem receber salários, em obras públicas (diques, represas, palácios, templos).
ESCRAVOS = Geralmente eram os inimigos capturados em guerras de conquista. Trabalhavam muito e não recebiam salário. Ganhavam apenas roupas velhas e alimentos para a sobrevivência. Eram constantemente castigados como forma de punição. Eram desprezados pela sociedade e não possuíam direitos.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

MESOPOTÂMIA E SEUS POVOS

MESOPOTÂMIA

   A região entre os rios Tigre e Eufrates foi o berço de diversas das civilizações desenvolvidas ao longo da Antiguidade. O aparecimento de tantas culturas nessa região é usualmente explicado pela fundamental importância dada aos regimes de cheias e vazantes que fertilizavam as terras da região. Ao longo desse processo, sumérios, assírios e acádios criaram vários centros urbanos, travaram guerras e promoveram uma intensa troca de valores e costumes.



    Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur.


SUMÉRIOS


   Os sumérios desenvolveram sua civilização na região sul da Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre (área integrante do Crescente Fértil). Habitaram esta região, conhecida como Suméria, entre os anos 4000 e 1950 a.C.
  Os sumérios destacaram-se na elaboração de projetos e construção de um complexo e desenvolvido sistema de controle de água do Tigre e Eufrates. Construíram barragens, sistemas de drenagem do solo, canais de irrigação e diques. A armazenagem da água era muito importante para a sobrevivência das cidades sumérias.
    Uma enorme contribuição cultural dos sumérios foi o a criação do sistema de escrita cuneiforme , por volta de 4000 a.C. Neste sistema, os sinais representavam idéias e objetos. Usavam placas de argila (barro), onde cunhavam (marcavam com cunhas) esta escrita. Muito do que sabemos atualmente, sobre este período da história, devemos as placas de barro com registros cotidianos, econômicos, administrativos e políticos deste período.
    Os sumérios eram politeístas (acreditavam na existência de vários deuses). As divindades sumérias eram ligadas a natureza (Sol, chuva, vento, trovão) e também aos sentimentos (ódio, amor, tristeza, felicidade).
   Os sumérios foram excelentes arquitetos e construtores. Desenvolveram os zigurates, que eram enormes construções em formato de pirâmides. Os zigurates eram usados como locais de armazenagem de grãos e também como templos religiosos.
Construíram várias cidades-Estado importantes como, por exemplo:  Nippur, Ur, Kish, Uruk,  Lagash e Eridu.




   O território sumério foi invadido, por volta de 1950 a.C, pelos amoritas e elamitas (originários da Pérsia). Os sumérios foram dominados e derrotados por estes povos.


ASSÍRIOS


   Os assírios, assim como grande parte dos povos do antigo Oriente Médio, era um povo de guerreiros rudes e camponeses, possuíam a justiça baseada no código estabelecido no século XVIII a.C., pelo rei Hamurábi da Babilônia.
     A Assíria constituía-se basicamente como uma nação de servos que eram presos à terra que cultivavam. Eram praticamente escravos, pois podiam ser vendidos junto com a propriedade e deviam obediência à vila mais próxima. A vila estava sujeita à cidade pela obrigatoriedade de pagamento de impostos, participação nos festivais religiosos e obediência às normas administrativas. As cidades, dentre as quais destacavam-se Assur, Nínive e Nimrod, ficavam subordinadas à autoridade do rei.
   O rei da Assíria detinha poder absoluto sobre todas as dimensões do governo (econômico, político, religioso e militar), embora fosse tido como homem acreditava-se que ele era um enviado dos deuses. Em virtude dessa crença o monarca ficava distanciado dos demais mortais e apenas o superintendente do palácio podia vê-lo regularmente. Ao príncipe herdeiro apenas era permitida uma audiência com o rei se houvessem presságios favoráveis e os demais só podiam estar na presença do rei com os olhos vendados.




    O rei empenhava-se em deixar os deuses satisfeitos e por isso era submetido periodicamente a árduos rituais, como jejuar e ficar isolado de todos durante uma semana em uma cabana. Por vezes, haviam sinal que eram interpretados como se os deuses estivessem terrivelmente descontentes. O pior sinal que podia ocorrer era um eclipse, pois quando ocorria eram considerado um presságio da morte do monarca. Quando isso ocorria o rei abdicava do trono por certo tempo e um suplente ficava em seu lugar, assumindo a responsabilidade por aquilo que irritou os deuses. Após cem dias, o rei retornava ao poder e o seu substituto era executado, sob a justificativa de dar aos deuses a morte do rei predita pelo eclipse.
    A violência militar assíria tinha legitimidade por meio da religião: a conquista de territórios e riquezas era a missão divina dos reis. Os assírios eram extremamente agressivos e se vangloriavam de suas práticas sangrentas, tinham no terror e na atrocidade seus instrumentos de política externa. Um soberano assírio chamado Salmanasar I (1274 a 1245 a.C.), levou como escravos cerca de 14 mil soldados inimigos derrotados, porém para assegurar-se de que seriam dóceis tratou de cegá-los.



BABILÔNIOS

    Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando diversas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o rei Hamurábi  que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia.
   Hamurábi impôs a todos os povos dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação, baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço, etc.) O Código de Hamurábi  como ficou conhecido, é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurábi desenvolveu esse conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
   Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.

Torre de Babel

     Além de Hamurábi  um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.

Jardins Suspensos da Babilônia

     Após a morte de Hamurábi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste.

CÓDIGO DE HAMURÁBI
    O Código de Hamurábi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurábi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”.
    As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, Hamurábi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.     As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária, etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.    O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de desculpas ou de desconhecimento das leis.


Algumas Leis do Código de Hamurábi:
- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.

- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.

- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.

- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA

AS RELAÇÕES DA INFÂNCIA COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


     Traçamos um parâmetro de discussão sobre o trabalho infantil, uma questão abordada nos estudos sobre a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, e ainda presente no Brasil e no mundo.
        É preciso pensar sobre o passado, o presente e o futuro.    Desta maneira, é possível notar que o trabalho infantil não surgiu na Revolução Industrial, porém foi utilizado de maneira excessiva neste período, onde crianças e mulheres foram submetidos a trabalhos forçados e superexplorados numa época de transformações das relações sociais de produção.
       Produzir, produzir, produzir.... Esta era a palavra de ordem.
       
       A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura.
       De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua evolução.

       Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam ultrapassar a primeira infância. O índice de natalidade também era alto, o que ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode ser constatado no comentário de Áries “ ...as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual...” (1978 : 22 ).
       Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que pudesse realizar algumas tarefas, esta era inserida no mundo adulto, sem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo exposta a todo tipo de experiência.



       No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos. Esse fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas  representações de criança do início do século XVII.
       As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que ganhou mais importância no seio na família.       Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade.



NO BRASIL

      As crianças escravas e as crianças pobres trabalhavam desde muito cedo, às vezes desde os cinco anos apenas, quando se tornavam capazes de desempenhar pequenas tarefas nas plantações, na criação de animais, ou mesmo engraxando sapatos ou levando recados nos centros urbanos.    Elas não podiam frequentar a escola e usufruíam de pouco tempo para brincadeiras.
     
     Atualmente, o trabalho no Brasil é proibido para menores de 14 anos, e desta idade até os 15 anos, só é permitido na condição de aprendiz.       Entre os 16 e os 17 anos o trabalho é liberado, desde que não comprometa a atividade escolar e que não ocorra em condições insalubres e com jornada noturna.



      Em 1990 foi promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que entre outras medidas estabelece:

"Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de 14 (quatorze) anos de idade, salvo na condição de aprendiz. 
Art. 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. 
Art. 62 - Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. 
Art. 63 - A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: 
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; 
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; 
III - horário especial para o exercício das atividades."

    Será que na prática, esta condiz com a realidade de um modo geral das crianças no Brasil?     Apesar dos direitos amparados por lei, todas as crianças frequentam as escolas?     Será que as atividades trabalhistas podem afetar o convívio e entendimento educacional dos jovens?




REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: CONCEITO


      A chamada primeira Revolução Industrial ou com mais propriamente é chamada - Revolução Industrial inglesa -, foi um acontecimento de proporção intimamente ligado à Inglaterra, que se realizando melhor que os outros países partem para a área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais, pode criar condições que permitam a introdução continua de inovações técnicas e da forma fabril de produção.

      Esse processo de desenvolvimento industrial conseguiu levar o homem a tornar-se independente das forças da natureza, para realizar as suas tarefas produtivas. Entre 1769 e 1782, com a introdução da máquina a vapor por James Watt que introduzida às ferrovias são uma "invenção" que permitiu um notável aumento na produção mineira, principalmente de carvão e ferro. Já em termos de produção, a Revolução Industrial Inglesa caracterizou-se com um tripé: a indústria têxtil, a siderúrgica e a mineração de carvão.





O CAPITALISMO



       A mais profunda transformação espacial ocorreu com a introdução da indústria moderna na Inglaterra, que marcou o início do Capitalismo industrial. Tudo isso modificou as relações sociais e territoriais, difundiu cultura e técnica, aprofundou a competição entre os povos, concentrou a população no espaço urbano e provocou o crescimento cada vez maior das cidades. Com a invenção da máquina a vapor, em 1769, a produção industrial teve grande impulso. Nas fábricas, os trabalhadores eram obrigados a trabalhar no ritmo definido pelas máquinas. Outra parte da mão-de-obra disponível foi requisitada para o trabalho nas mina de carvão. Ao mesmo tempo, estabeleceu a divisão internacional do trabalho entre os países industriais e as regiões fornecedoras de produtos agrícolas e minerais.





RELAÇÕES DE TRABALHO NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


      Com a Revolução Industrial, a qualidade das relações de trabalho no ambiente manufatureiro se transformou sensivelmente. Antes, os artesãos se agrupavam no ambiente da corporação de ofício para produzir os produtos manufaturados. Todos os artesãos dominavam integralmente as etapas do processo de produção de um determinado produto. Dessa forma, o trabalhador era ciente do valor, do tempo gasto e da habilidade requerida na fabricação de certo produto. Ou seja, ele sabia qual o valor do bem por ele produzido.
      As inovações tecnológicas oferecidas, principalmente a partir do século XVIII, proporcionaram maior velocidade ao processo de transformações da matéria-prima. Novas máquinas automatizadas, geralmente movidas pela tecnologia do motor a vapor, foram responsáveis por esse tipo de melhoria.             
      No entanto, além de acelerar processos e reduzir custos, as máquinas também transformaram as relações de trabalho no meio fabril. Os trabalhadores passaram por um processo de especialização de sua mão de obra, assim só tinham responsabilidade e domínio sob uma única parte do processo industrial.
      Dessa maneira, o trabalhador não tinha mais ciência do valor da riqueza por ele produzida. Ele passou a receber um salário pelo qual era pago para exercer uma determinada função que nem sempre correspondia ao valor daquilo que ele era capaz de produzir. Esse tipo de mudança também só foi possível porque a própria formação de uma classe burguesa – munida de um grande acúmulo de capitais – começou a controlar os meios de produção da economia.

      A Revolução Industrial foi responsável por inúmeras mudanças que podem ser avaliadas tanto por suas características negativas, quanto positivas. Alguns dos avanços tecnológicos trazidos por essa experiência trouxeram maior conforto à nossa vida. Por outro lado, a questão ambiental (principalmente no que se refere ao aquecimento global) traz à tona a necessidade de repensarmos o nosso modo de vida e a nossa relação com a natureza.




O QUE É PROLETARIADO?


      É o trabalhador urbano ou rural que não é detentor dos meios de produção e tem como única mercadoria de venda sua força de trabalho. 
      O proletário se diferencia do simples trabalhador, pois este último pode vender os produtos de seu trabalho (ou vender o seu próprio trabalho enquanto serviço), enquanto o proletário só vende sua capacidade de trabalhar (suas aptidões e habilidades humanas), e, com isso, os produtos de seu trabalho e o seu próprio trabalho não lhe pertencem, mas àqueles que compram sua força de trabalho e lhe pagam um salário.

Cena do Filme: GERMINAL



FILME: TEMPOS MODERNOS





Sinopse: Um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospício, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada.
Enquanto isso, uma jovem, órfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, tem que realizar pequenos furtos para sobreviver(roubar um pão para comer) . Após a morte do pai em uma manifestação, dois agentes do governo vão buscá-las para a adoção, mas a jovem foge.
Charles vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é tomado como o líder comunista por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser preso. Na cadeia, sem querer, frusta uma tentativa de fuga de presos e quando é libertado depois de uma agradável estadia na prisão, decide fazer de tudo para voltar para lá e ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu lugar. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e estraga tudo. Mesmo assim, ele faz de tudo para ir preso, no entanto os dois acabam escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente.
Consegue um emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo. No meio da confusão, vai preso ao jogar sem querer uma pedra na cabeça de um policial.
A jovem consegue trabalho como dançarina num salão de música e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras emocionantes e divertidas.